4 de setembro de 2008

A Verdadeira Educação

A educação é um grande desafio onde muitos envolvidos não percebem seu valor e acabam agindo de forma incoerente. Educar é muito mais que a simples transmissão de conhecimentos, exige dedicação, pesistencia, comprometimento e além de muitos outros mecanismos humano, exige Amor.
Acredita-se que tudo que é feito com e por amor possui um significado diferenciado. Isto aplica-se principalmente a educação, pois este é um assunto importantissimo e ao mesmo tempo delicado. Ser professor, como já dizia Rubem Alves, é uma profissão, mas ser EDUCADOR é algo que brota do coração, é vocação.
Fico entristecida por saber que nossa realidade nas escolas é um pouco diferente dessa filosofia, pois temos vendedoras que se passam por professoras entre outras situações que encontramos na educação.
E ainda mais que isso, é preocupante pensar que esse tipo de profissional está em sala de aula, colaborando na formação de individuos. Mas que tipo de trabalho está realizando?!?...
Um professor pode "matar" um educando. "Matar" é uma palavra muito pesada, mas para melhor entendermos o professor "mata" quando:
- ele poda a criatividade do educando;
- desvaloriza seu trabalho;
- o chama por denomições indevidas;
....entre tantas outras ações.
A partir de uma ação dessas, a criança fica traumatizada e carrega essa marca consigo em toda a sua vida. Dependendo da situação, ela deixa de lado algo que talvez fosse muito importante na sua formação, como por exemplo, falar em público.

Portanto, jamais faça algo que não seja do seu coração, por amor, pois você pode "matar" uma pessoa.
E para você que é educador, faça por amor e lembre-se sempre que você tem uma missão muito especial a cumprir. A educação é um desafio como já mencionei anteriormente, mas não tenha dúvidas de que é um desafio prazeroso. Ver o brilho no olhar dos pequenos e o sorriso de satisfação por ter conseguido realizar alguma atividade, por mais simples que seja, não tem preço.

Por Angella Maria

2 de setembro de 2008

A Fábula-mito do cuidado


Certo dia, ao atravessar um rio,

Cuidado viu um pedaço de barro. Logo teve uma idéia inspirada.

Tomou um pouco de barro e começou a dar-lhe forma.

Enquanto contemplava o que havia feito, apareceu Júpiter.

Cuidado pediu que soprasse espírito nele.

O que Júpiter fez de bom grado.

Quando, porém, Cuidado quis dar um nome a criatura que havia moldado, Júpiter o proibiu.

Exigiu que fosse imposto o seu nome.

Enquanto Júpiter e o cuidado discutiam, surgiu, de repente, a Terra.

Quis também ela conferir o seu nome à criatura, pois fora feita de barro, material do corpo da terra. Originou-se então uma discussão generalizada.

De comum acordo pediram a Saturno que funcionasse como árbitro.

Este tomou a seguinte decisão que pareceu justa:

“Você, Júpiter, deu-lhe o espírito, receberá, pois de volta este espírito por ocasião da morte dessa criatura.

Você, Terra, deu-lhe o corpo; receberá, portanto, também de volta o seu corpo quando essa criatura morrer.

Mas como você, Cuidado, foi quem, por primeiro, moldou a criatura, ficará sob seus cuidados enquanto viver.

E uma vez que entre vocês há acalorada discussão acerca do nome, decido eu: esta criatura será chamada Homem, isto é, feita de húmus, que significa terra fértil.

Leonardo Boff



(Boff, 1999, p.45,46) A fábula-mito sobre o cuidado essencial é de origem latina com base grega. Ela ganhou sua expressão literária definitiva pouco antes de Cristo em Roma. Apresenta-se aqui a tradução com pequenas variações realizada por Boff.

Tudo está interligado


Se, quando a nota musical fosse convocada pelo artista para uma composição, ela dissesse: não é uma nota que faz a música... Não nasceriam sinfonias e o homem jamais poderia se extasiar com a música que lhe enche os ouvidos e a alma. Se, quando a palavra fosse convidada a ser escrita, dissesse: não é uma palavra que faz uma página... Não existiriam livros, que beneficiam tantas vidas. Se, quando o construtor buscasse a pedra, ela dissesse: não há pedra que possa montar uma parede... Não haveria casas, edifícios, construções tão espetaculares, que parecem desafiar o homem. Se, quando a gota caísse sobre a terra, dissesse: "uma gota d’água não faz um rio... Não haveria rios, lagos, mares e oceanos. Se, nas mãos do semeador, o grão dissesse: "não é um grão que semeia um campo... Não haveria colheitas abundantes e mesas fartas.Se o homem simplesmente considerar que não é um gesto de amor que pode salvar a humanidade, jamais haverá justiça, paz, dignidade e felicidade na terra. Assim como as sinfonias precisam de cada nota, assim como o livro precisa de cada palavra, não sendo nenhuma dispensável; assim como as construções precisam de cada pedra no seu exato lugar; assim como os rios, lagos, mares e oceanos precisam de cada gota d’água; assim como a colheita precisa de cada grão, a humanidade precisa de você. Exatamente! De você! Onde estiver. Você é único e, portanto, insubstituível. E Deus conta com sua participação ativa nesta sinfonia espetacular que é a vida para tocar com sua harmonia, a musicalidade da sua voz, os corações aflitos e lhes acalmar as dores. Deus conta com sua palavra de bom ânimo e encorajamento para erguer os caídos nas estradas do desespero. Deus conta com as pedras da sua construção ativa nas boas obras para que muitos dos seus filhos não morram de fome, nem padeçam frio, nas estreitas vielas da amargura e do abandono. Deus conta com a gota d’água da sua boa vontade para modificar os painéis de sofrimento nas estradas por onde seguem os seus pés. Deus conta com o grão especial da sua paciência para semear a serenidade no campo das lutas diárias dos homens que ainda não descobriram que suas vidas devem ser muito mais do que simplesmente dominar o mercado financeiro, vencer os adversários em um jogo ou ganhar na cotação da bolsa de valores. Deus conta com o seu gesto de amor, onde esteja, para falar e agir com justiça, para semear a paz, para viver com dignidade e mostrar que é possível ser feliz na terra, ainda hoje. A maior felicidade consiste em saber descobrir a felicidade nos olhos da gratidão alheia, na prece que brota da alma da criança a quem ensinamos a buscar a Deus, nas mãos envelhecidas no trabalho, que buscam as nossas para um aperto silencioso, significativo, sincero. O mundo precisa do nosso comprometimento para ser o mundo que todos queremos, desejamos e aguardamos. Não esperemos pelos outros. Doemos hoje, agora, a nossa nota de esperança, a nossa palavra de fé, a nossa gota de amor, a nossa semente de solidariedade. O mundo espera. As criaturas precisam, e Deus conta conosco.

Autor desconhecido